terça-feira, 2 de setembro de 2008

Cianureto

Água-viva!
Labaredas cardíacas
e
estrias abissais
dançam a queimadura original

Pulso lençol!
Fino brilho,
O lapso do arco-íris
fissura o vaso Ming
Aurora mangas e flamboyants

Água-viva!
Gemido Hi-Fi,
As quelas de Oiá
As marés de Iemanjá
floriram pra mim o teu nome,
tuas mil pétalas...

Água-viva!
Djinn,
Tsunami,
Nacos de dia caem pela noite em teu nome
Espumam de rebotes os cavalos

Água-viva!
Carne e osso,
Tu...
Teus gestos fazem de mim a ponta do Iceberg
o Magma trancado na tua chave

Água-viva!
Monolito,
Brinquedo,
Há placa que aplaca teu conceito?
Perco ou ganho o teu jogo?
Posso plantar no jardim do teu peito?

Um comentário:

F. disse...

Certo dia, nas águas do pacífico, fui queimada por uma água viva. Senti o ardor do seu toque e parei. Nadava rápido e tornei-me estática, na tentativa de deixá-la passar e livrar-me do ardor. Demorei certo tempo para perceber que ao emergir, e deixar meu colo fora d'agua para poupar-me, trouxe-a em meu peito.
....
Talvez se tivesse continuado a nadar teria me queimado menos. Certamente se tivesse ignorado o chamado também. Mas seria possível passar por uma água viva sem notá-la?

Precisei ir ao Pacífico para experienciar isto. E confesso que a marca de corte que me deixou no peito tanto me agradou que pensei em tatuar.

Sua poesia me fez perceber que esta não foi a primeira vez...